O São Pedro de São José do Sabugi, maior evento cultural do município, que movimenta a cidade todos os anos no mês de julho, promete novamente atrair multidões em 2025. No entanto, a estrutura fixa da nova Praça de Eventos — mais especificamente, o palco de alvenaria — tem sido alvo de severas críticas por limitar os shows e tirar o brilho da festa.
O palco, apesar de visualmente imponente, foi mal desenhado e não atende às demandas técnicas dos grandes espetáculos atuais. Desde seu lançamento, artistas e produtores têm apontado falhas estruturais que comprometem a qualidade das apresentações, fazendo com que os eventos pareçam improvisados, mesmo com altos investimentos públicos.
Palco moderno com concepção antiga
Projetado em alvenaria, o palco parece ter sido pensado para os padrões de um passado onde um som básico bastava. Hoje, com a evolução das produções musicais, o local se mostra um obstáculo técnico. Um dos problemas mais graves está na parte interna do palco: uma escada de acesso construída no lado esquerdo, ocupando metros valiosos do espaço cênico, dividindo área com o cenário e com a movimentação dos músicos e técnicos.
Mas o erro mais grotesco do projeto está na existência de dois banheiros construídos sobre o palco, dividindo ainda mais o espaço e impedindo a instalação de grids de iluminação, telões e cenografias mais complexas. Para bandas que trazem balé, efeitos visuais ou estrutura de palco própria, a montagem se torna inviável.
Um exemplo prático das consequências dessa limitação já está confirmado: o show da cantora Taty Girl, que se apresentará no dia 13 de julho, não poderá executar a famosa sequência pirotécnica do “fogueteiro Mizera”, um dos momentos mais esperados do show. Isso porque a cobertura do palco é baixa e impede qualquer tipo de fogos ou efeitos verticais.
Uma estrutura que compromete o evento
Mesmo com dezenas de milhares de reais sendo investidos na festa, o palco não permite a entrega de uma experiência completa ao público. A falta de espaço interno para movimentação de equipe, a presença de obstáculos fixos e a impossibilidade de personalização da estrutura colocam São José do Sabugi em desvantagem frente a cidades vizinhas.
Santana do Seridó, por exemplo, também conta com um palco de alvenaria, porém funcional, onde a Prefeitura consegue realizar grandes eventos sem interferência estrutural. Santa Luzia já realizou eventos em palco fixo menor, mas com um projeto livre de interferências internas, o que permitia montagens mais elaboradas.
Praça bonita, mas o palco decepciona
É importante destacar que a nova Praça de Eventos ficou bonita, visualmente agradável e representa um avanço para a cidade. Apesar de algumas falhas iniciais, como a falta de lixeiras e bancos, que foram posteriormente corrigidas, o palco permaneceu como a grande decepção do projeto.
A ausência de escuta técnica durante o planejamento do espaço e a falta de diálogo com profissionais da área de eventos resultaram em um palco que limita, ao invés de impulsionar, o maior evento cultural da cidade.
Reflexão e responsabilidade
O São Pedro de São José do Sabugi merece uma estrutura à altura do seu público, das atrações contratadas e da tradição construída ao longo de décadas. O atual palco — grande, caro e bonito — infelizmente serve mais como símbolo de erro de planejamento do que como palco de grandes espetáculos.
Cabe agora ao poder público refletir sobre os erros do projeto, ouvir a população e os profissionais da área, e buscar soluções reais que garantam o brilho do São Pedro nos próximos anos. Afinal, quem investe em cultura, não pode permitir que a estrutura atrapalhe o espetáculo.
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